quinta-feira, 26 de maio de 2011

Pela Galicia, O Ribeiro



por João Rosé
 Quarta-feira, 25 de Maio de 2011 às 17:14



Confesso a minha ignorância dos vinhos galegos, tirantes algunos de Rías Baixas, y pouquíssimos das 4 outras DOs, Monterei, O Ribeiro, Ribeira Sacra e Valdeorras. 
Ignorância tanto mais grave quanto gosto do que conheço e está aqui ao lado, fácil acesso e (relativamente) em conta.

Maria Fechoría a descobrirnos la Galicia

Em boa hora (no, eso no es enhorabuena :) a distribuidora María Fechoría | Bos viños (mariafechoria.com) resolveu dar uma ajuda a tipos como eu com o Galicia On The Road. A descoberta dessas 5 DOs ao longo de outros tantos fins-de-semana. 
Em Maio foi a vez de O Ribeiro, tive a sorte de poder participar em parte do programa.

O Ribeiro

"A historia do viño neste pais, descoñecida para a maioría, situaba ao viño de Ribadavia coma o máis caro de toda Europa, era un auténtico sino de poder e de riqueza, o que convertía a Galicia nunha potencia económica. Esto era tan evidente, a súa calidade e a riqueza que proporcionaba, que o concello de Ribadavia viuse na obriga de elaborar o Foro de Ribadaviaen 1579, unha especie de código regulador que ven sendo o antecedente máis antigo das actuais denominacións de orixe, para evitar prácticas que reduciran a súa calidade e preservar desta maneira a súa identidade fronte aos imitadores. Daquela so no Ribeiro había máis de vintecinco adegas, poucos séculos máis adiante xa estariamos falando de noventa e de cento cinco lagares, ademais en Gomariz conservase unha adega de hai novecentos anos, seguramente a máis antiga da península."
António Portela, el 7 de maio del 2011 en viticulturista.blogaliza.org.

(mostly data do consejo regulador)
A DO tem cerca de 3'000 ha, 6'000 viticultores, 80 viticultores-engarrafadores e 30 adegas, o vinho produzido daria para 1 milhão de caixas de branco e 150 mil de tinto.

Treixadura e Sousón

Cultivam-se muitas castas autóctonas, e parece não haver grande interesse nas foráneas (pelo menos assim pensam as pessoas que conheci).
Brancas: Treixadura (a variedade branca raíña do viñedo do Ribeiro), Torrontés, Lado, Godello, Loureira, Albariño e Palomino (originária de Jerez, foi introduzida nos anos início do séc XX, depois da filoxera, numa época em que os vinhos d'O Ribeiro estavam em decadência, atualmente em regressão).
Tintas: Sousón (unha das variedades tintas autóctonas en auxe n'O Ribeiro), Brancellao, Caiño longo, Ferrón (ou Ferrol), Mencía e Alicante Bouschet (conhecida na região como Garnacha tintorera, introdução n'O Ribeiro como Palomino, pouco compatible co clima, actualmente está en proceso de eliminación).

Coto de Gomariz

Visitamos Coto de Gomariz (viñedos e adega) com el enólogo Xose Lois Sebio, con unhos viñedos impressionantes, viticultura sustentável a tender (sempre que posible) para biodinâmica, adega moderna e grande. 
Provamos Coto de Gomariz Colheita Seleccionada '10 (de vellas viñas) e vários tintos, todo em barrica.
O Xose Lois hace sus proprios viños, ainda não estão no mercado, o tinto con uvas de Coto de Gomariz (provado, bueno) e o blanco en parcería con Bernardo Estévez (es el mismo viño que o Issué).
Vinhos equilibrados (um pouco de madeira a mais, de momento), com frescura.

Como referência, não visitei Luis Anxo Rodríguez (Viña de Martín e A Torna dos Pasás) nem Manuel Formigo (FincaTeira, TeiraX e Tostado de Teira), nem os viñedos de Casal de Arnán (solo los al redor de la bodega y turismo rural).

Casal de Arnán - turismo rural, restaurante e bodega

Do Coto de Gomariz nos fomos a Casal de Arnán, la unica adega d'O Ribeiro que tamén tiene restaurante e turismo rural, de la familia González Vázquez. Aqui catamos diversos viños, ceamos e pernoitamos.

Los vinhos catados foram de Casal de Arnán (barrica '10, barrica con refresco '10, Albariño [de Banga] '10, blanco sobre lias '08, barrica '08, tinto '10, muestra feito com Touriga Nacional, Carabuñeira, Sousón, Brancellao e Ferrol), Manuel Formigo (TeiraX blanco '06 e Tostado de Teira), Terra do Castelo (Godello '10), Herdeiros de Jesús Freijido (Agás do Tempo '10, feito pelo Felicisimo Pereira que é tamén o enólogo de Casal de Arnán e Ramón Losada, este na Ribeira Sacra), Bernardo Estévez (issué '09 e '10, Bernardo Estévez viticultor, Xose Lois enólogo).

Casal de Arnán e Terra do Castelo

Agás do Tempo, issué (Bernardo Estévez e Xose Lois Sebio), Tostado de Teira (Manuel Formigo)

Um pouco como no Coto de Gomariz, vinhos equilibrados e com frescura, alguma madeira a mais nos que fermentaram ou estiveram ou estão em barricas. Gostei particularmente do issué 2009.

cena Casal de Arnán
Boa comida tradicional, donde o produto es lo mas importante (quizá devia ter comido os pollos "criados pola miña mãe" disse-me o Xosé González). Falta-me una foto del buffet de postres que acompanhó el Tostado de Teira.
Habitaciones confortáveis, para una belle dormita :D

Casal de Arnán, por la noche

El domingo fomos a visitar dos bodegas. Y havía una comida donde no fomos.

Lagar de Merens e rio Miño
El Lagar de Merens, de José Meréns, em A Arnoia, bodega de colleiteiro con producción propia de 3.5 ha de viñedo. Los suelos son de base granítica con textura francoarenosa y profundidad media de 70 - 100 cm. Localizados en laderas de cierta pendiente salvada por socalcos, las variedades utilizadas son las autóctonas del Ribeiro. Blancas: Treixadura, Godello, Torrontés, Loureira y Lado. Tintas: Caiño Longo, Caiño Redondo, Souson, Brancellao y Ferrón.


Faz 3 viños: Lagar do Merens, fermentado em cuba, alguns meses sobre as lias finas; Lagar do Merens barrica, que começa a fermentar em cuba e termina em barrica, com battonage até ao engarrafamento; 30 Copelos, fermentado e malo em barrica + borras finas até ser engarrafado.
Provamos o Lagar de Merens barrica '09, bem (sempre 1 toquezinho de madera), Lagar de Meners '10 prejudicado pelo sulfuroso, mineral, fresco; 30 Copelos '09 boa fruta, fresco, bom final;

   30 Copelos - la métrica gallega

Uma pequena nota sobre Cavadura (400 m2) o que um homem cava num dia, Copelo (21 m2) nadie me soube explicar a orixe. Humm, adiante, no caso do 30 Copelos os 630 m2 correspondem à parcela que consideram mais importante para o vinho.

postes de xisto n'O Ribeiro, Eloi Lorenzo
Eloi Lorenzo, médico rural que "dedicó el máximo esfuerzo en llevar la medicina a quien la pudiera necesitar, así como ayuda y consejo a la numerosa población que habitaba en las cientos de aldeas de la zona, que recorría con su caballo a través de los montes Galegos." Fue el bisavô de Javier Monsalve que es el colleteiro da adega que leva su nombre, com viñedos e adega em A Ponte, Arnoia. Um jovem a dar os primeiros passos com boa vontade em preservar e aprimorar um património antigo. N'A Ponte é impressionante o número de casas abandonadas.
Provamos o Eloi Lorenzo '08, bem e o '09 que teve refermentação na garrafa e está desinteressante.
Os viñedos são mais precisamente no vale de S. Vicente, onde é vizinho do Bernardo Estévez.

Bernardo Estévez, bellos viñedos no vale de S. Vicente

E assim foi. Em menos de 24 horas, cual Easy Rider de la poda :D, se aprendió algo d'O Ribeiro.

Deixo aqui o programa para as próximas visitas programadas por María Fechoría | Bos viños:
1) O Ribeiro --------- 21 y 22 mayo (yep, esta ya fue :)
2) Ribeira Sacra -- 25 y 26 junio
3) Valdeorras ------ 16 y 17 julio
4) Rías Baixas ----- 20 y 21 agosto
5) Monterrei -------- 17 y 18 septiembre 


y ya me voy con unas linhas de António Portela:
...
viviu o ciclo dos bagos vellos,
esquecidos nalgunha ladeira perdida
coidados por mans que vivian os ritmos da natureza…

gracias a todos y especialmente a Jorge Vila de María Fechoría | Bos viños

Jorge Vila de María Fechoría | Bos viños

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Pedro Lemos @Porto restaurant week

O menu Pedro Lemos para o Porto restaurante week

O Porto restaurante week é bom para quem gosta de experimentar restaurantes sem gastar demasiado.
Ahh, claro, com todo eso de la troika, incluso tien mas sentido in questo anno 2011.

O que o Pedro Lemos diz do Pedro Lemos, no site  pedrolemos.net sobre o restaurante Pedro Lemos (ufa, é Lemos às molhadas :), soa-me bem, ...huuum, mesmo se se tornou um verdadeiro cliché esta história das avós. É ver chefs e mais chefs em que é tudo memórias de infância, a 'vózinha isto, a 'vózinha aquilo, mailos legumes e o reco, tão queridinho e rosadinho, que vivia por baixo, ... , enfim, se calha até é tudo verdade, verdadinha :D  No caso deste Pedro, ainda com a sorte de uma avó ser do campo, Mirandela, e outra do mar, Matosinhos. Lucky you, chef!
Depois, cozinhou com Miguel Castro e Silva, Hélio Loureiro e Aimé Barroyer no Valle-Flôr. Abriu o restaurante da Quinta da Romaneira e finalmente, penso que em 2009, o seu restaurante Pedro Lemos, na Foz Velha, Porto.


Vértice Reserva 2006 rosé - es casi una verguenza decirlo siempre pero... adoro los Vértice!

 Cavala de Peniche - peixe estupendo

Cavala de Peniche

 Polvo panado - migas com excelente integração de pimento vermelho

Polvo das Feiras

 Bacalhau (fora do baralho p'ró peixívoro :)

Bacalhau confitado, feijão verde e puré da batata

 Vitela Mirandesa

Vitela e hamburguer, puré e ervilhas

 Chocolate ver para crer? humm, não creio

Chocolate de São Tomé

Maria e Álvaro de Castro, Saes ou Pellada (o sea lo que sea) nunca falha.

Este almoço de sábado, menu Porto restaurante week, esteve do bello. Foi a segunda vez que lá se comeu muito bem pelo que se resolveu pedir para conhecer o chef e, pessoalmente, garantir-lhe que tornaremos p'ra uma refeição mais proveitosa para ele.
Sim, que isto não pode ser só olhar por nós, ¿quereaindes poder ter do bello?
Então, é preciso ajudar a los tíos que te lo pueden dar!
Ou, dito de otra maneira, cortainde em algo mas superfuluxus y poupainde p'ra poderdes restaurar.

rosettinnno-que-vinha-do-otro-lado-y-se-quedó-con-leme-p'ra-irse-p'r-O-Ribeiro

lo de los vinos y comida, o que funciona?

 

por João Rosé a Quarta-feira, 18 de Maio de 2011 às 12:33

Estava a ler na Única o, prestigiado crítico, João Paulo Martins a dissertar sobre vinhos de verão e comida, ainda no aftermath do almoço da passada 2ª feira em que servi um menu de vegetais, ovos e queijos, a acompanhar vinhos tintos e Portos (um branco e vários tintos). Sem querer armar ao pingarelho (bem aplicado, ¿no?, una vez que se trata de pingas :), como os canadianos eram pessoas experimentadas nisto (vraiment, des prof. et des bons) e acharam que a comida tinha ido bem com los vinos, concluí que não estaria muito mal (desconto a cerimónia relativa que é normal).

2007 foi un bello ano aqui no Infantário :D

Já agora, muito rápido, o que acabei por servir:
  • carpaccio de mozzarella di bufala, azeitonas curadas, chutney de manga - Quinta do Infantado Porto White seco
  • caldo verde, broa de milho e tapenade de azeitonas - Quinta do Infantado 2005 e Reserva 2005, Douro DOC
  • ovos com espargos verdes grelhados,batata assada com alecrim - os mesmos 2 vinhos do caldo verde
  • feijoada de pleurotus e agaricus, portobello assado com queijo picante da Beira Baixa - Quinta do Infantado 2007 e Reserva 2007, Douro DOC
  • amanteigado de Seia,  São Jorge 4 meses e Azeitão - Quinta do Infantado Portos Vintage 1997 e 2007
  • gelado de chocolate com Porto Vintage, iogurte gelado de ameixa, sorvete de menta - Quinta do Infantado Portos tawny 20 anos e Colheita 2001
Diz-se que ovos e espargos são difíceis para vinhos. Então e juntar os dois de uma vez?
Caldo verde com tintos?!
¿estoy loco? :D

Aqui àtrasado, bem, àmuitoatrasado :D, fiz em Lx-90 uma jantarada para críticos, sobre lo de lo pairing vinos tintos e comida vegetariana.
O chef Emmanuel François (na altura a trabalhar no Oriente Chiado), evidentemente, sabe muito mais desta poda que eu, mas, neste caso, o que conta é que ficou evidente que se podia beber tintos (alguns deles relativamente poderosos, por exemplo, Mauro Vendimia Seleccionada 1998, Gouvyas Cuvée OP 2000, ...) com pratos vegetarianos.

Bottom line:
Sí, es posible cercar o plato perfecto para un vino, y descobrirlo! Não quer dizer que funcione sempre, em qualquer dia, com qualquer grupo de pessoas.
Sí, es posible cocinar cosas equilibradas y que se mariden bien con vinos equilibrados.
Además, cozinhainde lo que queirais ò podeindes y comeinde-lo con los vinos que vos gustén.
Dopo, filtrainde un poco: gosto mucho, gosto, no gosto. 
Cosí, poderaindes elegir un lista de maridajes amplia y personal.
perfecto, ¿no?
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    • Bárbara Roseira Bravo! :D
      18/5 às 12:42 · 

    • Nuno Pereira Monteiro É isso mesmo, sem fundamentalismos ou distrações :-)
      18/5 às 12:49 · 

    • Jorge Neves Cada vez chego mais à conclusão que as coisas não são tão lineares como as pintam. E isso das maridagens é um assunto complexo, que necessita ousadia e experimentação como acabas de demonstrar. Se assim não fosse, não se fugia dos brancos para peixe e tintos para carne e queijos...

      P.S. Abriste-me o apetite para o almoço com esta excelente descrição ;)

      18/5 às 13:03 · 

    • Vitor Claro olha, acho que a essência (não do vinho) do texto, do vinho, é:
      18/5 às 13:06 · 

    • Vitor Claro ‎"Sí, es posible cercar o plato perfecto para un vino, y descobrirlo! Não quer dizer que funcione sempre, em qualquer dia, com qualquer grupo de pessoas."
      18/5 às 13:06 · 

    • Vitor Claro pero sei que sei muy poco.
      18/5 às 13:07 · 

 
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