segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

FUGAS SEX24112006, uma noite memorável




(Este é o último relato de 2006)

Foi na sexta-feira 24 de Novembro, que o Pedro Garcias me proporcionou uma experiência única: assistir ao fecho do FUGAS. A dream come true!

Desde há largos anos, a primeira edição foi em Julho de 2001, que o FUGAS nos dá um motivo para aguardar o sábado com alguma ansiedade. Para mim, principalmente pelos Prazeres, embora as fugas e escapadas, os motores e o resto, + para os sons esvoaçantes, também tenham a sua quota-parte.
Desde que o Pedro é o editor (começou em Outubro de 2003, sim, já passaram 3 anos e meio!), o FUGAS, mantendo o rumo, tem refinado, cada vez dá mais prazer.
O grande David Lopes Ramos é, imho, o crítico gastronómico que dá mais prazer ler e com quem mais me identifico. Tive o privilégio de com ele refeiçoar em várias ocasiões, situações e lugares. Digo privilégio pois aprende-se muito com o David, senhor de grande bagagem gastronómica mas de uma abertura e simplicidade só ao alcance dos realmente grandes. Claro, a sensibilidade aromática e de paladares dá-lhe qualidades também na apreciação dos vinhos.
De vez em quando também o Manuel Carvalho, o Pedro Garcias ou a Celeste Pereira, assinam artigos prazenteiros que adicionam ainda mais interesse ao FUGAS.
Nos últimos tempos começou também a escrever o João Pacheco. A sua rubrica O Chefe e a sua Receita tem nos dado a conhecer alguns dos melhores cookers a trabalhar em PT.

Voltando a 24 de Novembro de 2006, calhou mesmo bem que, ao contrário da habitual quinta-feira, só nessa sexta-feira o Pedro tenha fechado (este termo jornalístico quer dizer dar o OK final da redacção para a produção, momento a partir do qual nada mais pode ser alterado num jornal) o FUGAS. Como estávamos ambos no jantar do Fooding Club com os vinhos do Celso Pereira, insisti com o Pedro para me deixar ir com ele, ver ao vivo o fecho del FUGAS.
Nunca tinha estado na redacção do Público, neste caso a do Porto, é um pequeno mundo. Cerca das 24 horas já quase todos os partiram, só um pequeno grupo, todos ligados ao fecho do FUGAS, resiste. Até certo ponto, este é um número especial do FUGAS. O tema de capa é a Coreia do Norte, um dos países mais fechados do mundo, ou mesmo “o” + fechado. Pois o FUGAS conseguiu lá entrar o que é um feito para o jornalismo ocidental. Assim, o FUGAS mostra uma capa muy roja que está verdadeiramente forte. Estava até previsto que a chamada de capa do Público para este FUGAS fosse um grande destaque da capa mas, e é assim o ritmo de um jornal diário, as cheias do Douro nessa mesma sexta-feira criaram uma manchete totalmente diversa :-( Para mim ainda mais especial é o chefe da quinzena, Miguel Castro e Silva, só é pena que em vez da Perna de Pintada com Penca e Grão não nos ensine a fazer o Atum à Japonesa com vinagreta de Soja e Balsâmico ou o Risotto de Limão com ovas de Truta (yes fish é fixe, no meat). O DLR conta-nos a vertical de Chryseia e zurze no Mark Squires.
Mas tudo isto está pronto quando o Pedro chega. Uma revisão final aos Açores vistos por Anabela (que inclui telefonemas para saber como legendar a fotografia de Paulo Ricca). Mais uma leitura atenta ao lugar mágico de Sintras. Mas, na verdade, são os motores que estão mais atrasados. As fotografias foram tratadas de forma diferente (os carros aparecem recortados) e há dúvidas quanto ao layout e títulos.
Finalmente, termina-se o Navegador, faltava colocar os locais no globo mundis.
Passou cerca de hora e meia desde que chegamos.
O Pedro telefona para Lisboa, o FUGAS fechou.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Condes de Arroios Ano Novo party







Nobreza é outra coisa, mesmo eu um zé-ninguém, consigo percebê-lo cada vez que me cruzo com sangues azulados. Há uma finura de trato, uma frescurita ácida (por vezes com toques agridoces), hiper contagiante e que nos faz bem. Mas, os Condes de Arroios estão ainda num nível superior de nobreza, ainda mais gentis e doces. A passagem d'ano xez eux foi muito mais que uma festa, como diz a Condessa Celeste, um true gathering. Y, pasme-se, aberta ao povão, que veio dos vários cantos do país para 3 days of ... (acho melhor as reticências que pormenorizar :-). Diversos chefs, mais rúcula menos alface frisada, vinhos bons e bastante bons e mesmo bons e, sobretudo, a great energy. O pior, p'rós Condes, é que tão cedo não se livram de nós.

À Mesa com Bacchus, Mário da Fonte


Aproveitando a celebração de um aniversário de casamento, adicionamos-lhe uma pitada de espírito natalício, e fizemos uma grande cena na taberna do Mário da Fonte (aka DJ SaltFlowerOliVibe). Eu sou suspeito, ya know, gosto mesmo de ir à Mesa. É um ritual que mesmo repetido encanta, diverte e educa. Não há muitos restaurantes assim, e aqui não só eu que digo, é um eco de várias partes do mundo. Que melhor forma de começar a aventura gastronómica e vínica da quadra festiva?

Kool, restaurante da Casa da Música


Abriu o Kool, o restaurante cool da Casa da Música. O chef consultor é o grande Augusto Gemelli (chiça, nunca mais paro de hablar deste enorme talentoso milanês :-).
Fui lá 2 vezes, para um almoço simples (como o Augusto estava lá, foi fácil pois ele encarregou-se das escolhas) que acabou por ser melhor e mais prolongado que o previsto e depois para uma maluqueira pegada (aqui a maluqueira tem que ver com a parte monetária), o jantar de trufas brancas e pretas.
A minha experiência com trufas estava limitada às pretas, as brancas nunca tinha tido o prazer de tocá-las com mis papilas gustativas. Na promo-pub do jantar dizia-se que são o diamante da cozinha. Não sei, que de diamantes não percebo nada, só (e não muito) de Diamantinas :-). Mas, que foi muito bom, ai isso foi.

Cogumelos 2006


O vírus funghi começou a instalar-se já há algum tempo mas, verdadeiramente, foi no Outono de 2006 que ficamos totalmente apanhados. Durante semanas não se podia andar nas estradas durienses, sem paragens constantes para espreitar uma mata, pesquisar outra logo à frente, ainda outra logo a seguir. Ou, às tantas da manhã, de lanterna ou apenas com a luzita do telemóvel ir para o campo p'rá recolha. O ponto alto foi o jantar xez LSD, onde a gangada mais aficionada se juntou para cozinhar, cada um à sua maneira, a colheita do dia. E que colheita. Para acompanhar, fez-se uma outra recoleção em diversas caves, vinhos de diversas origens e idades adicionaram mais um toque charmoso ao CogumelosXperience 2006. A grande novidade foram os Língua de Vaca ou Pied de Mouton (Hydnum repandum) que nunca tinham sido colhidos em tal abundância. Bonito, bonito. Para a Primavera espera-se a primeira colheita de Morcelas da Beira, uppps, Morchella esculenta, em estreita colaboração com o Micolli speziallista JA.

Quinta do Infantado Reserva 2003 tinto


Não posso deixar de dedicar umas linhas a este vinho. Desde 1994, quando fiz o meu primeiro Douro mais ou menos sério (com alguma ajuda do DN), que esperava este momento. Depois fiz uma série de asneiras (umas sózinho outras acompanhado :-( até que, com a chegada da Fátima Ribas os nossos Douros começaram a entrar nos eixos. Depois dos Quinta do Infantado 2001, 2002 e 2003, lançamos no Natal de 2006 este Reserva 2003. Já algures mais atrás no gotaepinga, disse para não se esperar imparcialidade em todos os textos, como é o caso deste. Para mim é um grande vinho. Ainda não um grande vinho com letras maiúsculas, um grande vinho, assim, todo em minúsculas. Um bocadinho menos à moda do que alguns dos Douros que se vão fazendo, com menos madeira e mais elegância, com menos power e mais frescura. Engarrafado relativamente tarde, em Abril de 2006, são cerca de 6'000 garrafas que dão prazer agora e irão recompensar alguns anitos de guarda. Para os amigos é o vinho da Fatuxa, o que é bem merecido.

Quinta de Catralvos - Luís Baena


A curiosidade de provar a cozinha de Luís Baena era muita e assim que se pôs essa possibilidade não resistimos. Graças ao grande D. André de Quiroga conseguimos a reserva necessária para irmos lá p'rós lados de Azeitão, à Quinta de Catralvos. Vou ser sincero, tinha algum receio que a beleza plástica e a ironia e humor das suas criações fosse a parte mais interessante da sua cozinha. Nada disso. Há uma lógica e um grande rigor no que se passa na cozinha e o resultado é muito bom. A maior parte dos pratos já são conhecidos mas é muito melhor provar a bola de berlin com creme do que ouvir falar dela ou ver unas fotitas. Acho que o pequeno show do azoto líquido que tem lugar à nossa mesa, mesmo se faz de nós um pouco pategos, tem o seu lugar. Eu gosto de magia, adoro ver a nuvem cascata de azoto quando usamos gelos seco nos lagares, lá na Quinta do Infantado. Depois, para além de tudo isto, o Luís é 5 estrelas, na simpatia e na abertura para discutir o que faz. Muito bom.

Homage au Xateau Diamantina


Aproveitando o facto de uma parte do mundo viníco lusitano estar em Lx para o EVS, o Luís Ferreira (com a colaboração do Xarax) decidiu homenagear este grande chateau portuense, onde meio mundo já provou grandes líquidos e sólidos, descobriu novos aromas e sabores. Tanto na sua versão antiga e, ainda mais, na remodelada é o local de culto mais de culto da invicta. Claro, o espírito do lugar vem direitinho da alma do proprietário. Tudo se passou na Galeria Gemelli, embora verdadeiramente o foco estava nos vinhos mais do que na comida. O Luís Ferreira fez uma selecção de topo de topo, o Xarax escolheu música a música (só faltou mesmo 1 simpatia devillish) o espírito na sala estava really kool e a comida do Augusto esteve discreta a deixar brilhar os vinhos. Ainda houve uns breves discursos, do Luís e do Dirk, mas quase não era preciso, a emoção esteve alta e penetrou-nos bem fundo. Terminamos (um quarteto maravilha) na roulote do Barbas, uns com minis outros maxis, sob o céu escuro e húmido de Alcântara. Noche magika.

Encontro Vinhos e Sabores, novembro 2006


Em Novembro já é ritual o salto à kapital para o EVS. Dos eventos estive nos cogumelos com Augusto Gemelli (risotto al dente) , no final da prova Niepoort (ainda deu para provar a melhor garrafa de que me lembro de Robustus 1990), espumante Vértice e vinhos de Manuel Vieira da Quinta de Carvalhais.
Pela nossa parte, Luís Soares Duarte e mois, estivemos com o nosso distribuidor em Lx, Carlos Albero e su Bago d'Uva, a mostrar novidades e não só. A reacção foi bastante positiva (de uma forma geral). É importante ouvir o que os Clientes (tanto profissionais como privados) pensam, sejam eles mais ou menos conhecedores. Há sempre algo interessante, inesperado, divertido nos comentários que nos fazem. Claro que nem tudo é agradável. Por exemplo, "Queria provar o Gouveias" ou "Queria provar o Gouvinhas", nunca me deixa muito feliz :-). Mas, que hacer? Cara alegre e aproveitar p'ra explicar que é Gouvyas. Foi EVS mas tanbien ...

Degusto, outubro de 2006


Tenho que confessar que nunca fui grande fan do Degusto (não conheço o início sob a orientação de Augusto Gemelli). Aparentemente, Dirk Niepoort assumiu a responsabilidade do restaurante e não perdeu tempo, trouxe Vitor Claro para os tachos e Manuel Moreira para os copos. Se não conheço bem o trabalho do Vitor (tirantes 2 jantares no Xtoril) o Manuel é o meu escanção favorito. Na memória muitos momentos excelentes na Galeria Gemelli, Fortaleza do Guincho, 100 Maneiras, ... A primeira (e até agora única :-( experiência no renovado Degusto foi bastante boa. Só que parece que o Manuel já lá não está!?

20 Anos da Garrafeira Tio Pepe


Infelizmente para mim a comemoração dos 20 Anos da Garrafeira Tio Pepe decorreu quando estava em France. Para além da remodelação física da loja, criaram uma cave de puros e melhoraram significativamente o espaço dos vinhos premium. A festa de inauguração foi muito in e ao som de grande musicall cubano. Apenas pude estar presente no último acto, uma prova de vinhos da Bago de Touriga: Montevalle 2005 branco, Terroso de 2004, Montevalle Reserva 2002, Gouvyas Reserva 2004 branco, Gouvyas 2004 e Gouvyas Vinhas Velhas 2004. É uma grande garrafeira e só podemos desejar, pelo menos, outros 20 Anos de sucesso.

France, Octobre 2006



Para mostrar Douros e Portos da Quinta do Infantado fiz uma tour por France. Highlights: 1 jantar em Strasbourg no Bistrôt du Sommelier após a prova no Vino Strada. 2 Prova em Mulhouse na Maison du Vin, de Georges Henner, seguida de um grande jantar no 3 Le Petit Prince onde Laurent Haller (que trabalhou com Bernard Loiseau) mostrou que em France há um grande chef em cada esquina. Não é só a técnica, é também a inspiração e a criatividade. Em Lyon, 4 restaurante L'Arc en Ciel, outro grande chef Christian Lherm. Aqui não se tratou de un diner mas de pequenos amuse-bouche para 5 vinhos do Porto. Muito bom. Bruno Quenioux é responsável pela descoberta de muitos vinhos franceses do que eu chamaria (p'ra simplificar e manter o telegraphic style) a nova vaga bio-biodynamic-ou-pelo-menos-sustentável e, ao memso tempo, por uma nova forma de apreciar o vinho menos ligada à razão e muito mais ao coração e à emoção. Muitos anos depois a Cave a Vins do Lafayette Gourmet continua um espaço de descoberta dos novos vinhos franceses, ao contrário do que se poderia pensar (grandes nomes e grandes preços para japonês e amaricano). Em Paris altamente recomendado (para quem já não pensa que France é só Bordeaux e Bourgogne).

Galicia, Octubre 2006



Galicia, Octubre 2006 - a convite d'Asociacion de Sumilleres de Galicia, participei na conferência Vinos Atlánticos el la Cumbre. uma das actividades do Salon de las DO y Delicatessen, em Vigo. Para além da simpatia e excelente acolhimento dos Sumilleres, o ponto alto foi una cena em Casa Solla, onde o chef Pepe Solla esteve em grande. Quem não conhece deve ir. http://www.restaurantesolla.com/

domingo, 18 de fevereiro de 2007

Nem mais tarde nem mais cedo



Nem mais tarde nem mais cedo. P'ra pôr isto em dia.
Salto por cima de temas que não queria deixar cair.
Por ora, vou só telegrafá-los.
 
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