segunda-feira, 13 de novembro de 2006

WineGeek's @Cêpa Torta, náLijó



Quase no fim das vindimas, como que um jantar de despedida das fermentations 2006, um grupo de winegeeks rumou àLijó (n.Ed.: para quem não é do Douro a vila de Alijó é referida pelos autóctones com áLijó, assim não se diz fui a Alijó mas sim fui áLijó, ou venho de Alijó em alijoense, pinhoense, ..., é venho d'áLijó) para um jantar com 2 pretextos: provar uma catrefada de novidades de 2004 e proporcionar uma refeição sem sopa de feijão com batata e arroz e massa e couve galega a dois sacrificados estrangeiros (ela brasileira, ele suíço) que aterraram na Quinta do Passadouro para experimentarem o rigor das vindimas no Douro.

O restaurante Cêpa Torta, do chef Rui Paula e Cristina Ribeiro, é um Oásis (não confundir com o estabelecimento com este nome também n'áLijó) no Douro. Casa de fama antiga pela comida regional e pela arte de bem receber, não ficou agarrada e contente com esse estatuto, pelo contrário tem evoluído e é hoje uma realidade incontornável na boa mesa do Vale do Douro. Na cozinha, nos vinhos e no serviço.
Sentimo-nos bem aqui, temos vontade de voltar aqui.

O Chef Rui preparou um menu especial onde brilharam a Terrina de Foie e o Gratinado de Maçã com gelado bom.
Nos vinhos houve surpresas de 2003, a certeza que os 2004 estão muito bons e o Vértice Super Reserva 2000 bruto zero que já se tornou o fetiche d'áLijó e arredores.

Uma nota final para o carácter cosmopolita desta cena, com a lista das nacionalidades presentes: portugal, españa, france, suisse, brasil.
tásse n'áLijó.

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Cim(bago)lino duplo (com Cafeína)



Porto, Foz, rua do Padrão, restaurante Cafeína, 28 de Setembro de 2006.

Ou melhor, esta estória começou bem antes com o convite do Fooding Club (fooding meaning o cruzamento entre food e living) para um jantar com vinhos da Bago de Touriga. Convite esse, gerado pelo triângulo Luís Cândido (Tio Pepe), Vasco Mourão (Cafeína) e Carlos Nunes Pinto (Fooding Club).
O Vasco Mourão andou às voltas com os Gouvyas para conceber um menu apropriado.
Depois fez vários testes para afinar pormenores.
E, digo com a possível imparcialidade, trabalhou muito bem, o resultado gastronómico foi excelente.


Na recepção aos convivas apresentamos as duas novidades nos vinhos mais simples, gosto de dizer vinhos para ocasiões mais relaxadas, para ir habituando nariz e boca à Bago:
Montevalle branco 2005 com uma boa acidez e algum mineral, volume quanto baste para um branco que se quer equilibrado e leve.
Terroso de 2004 um passo em frente relativamente ao de 2003, tanto no vinho como na roupagem. Acho que é um tinto óptimo para todos os dias, alternativa a outros Douros de maior circulação e tiragem.

Quanto aos vinhos para a mesa, a nossa ideia foi mostrar todos os Gouvyas nas versões 2003 e 2004.

Começamos com Foie de Tamboril com Especiarias, IMHO o prato da noite onde a delicadeza do Foie se conjugou com uma ruccula salteada nunca antes vista e amêndoas laminadas, tudo buscando componentes do Gouvyas Reserva 2003 branco.
Para o Gouvyas Reserva 2004 branco tivemos outro foie, Foie Gras com Pesto de Tomate seco e Azeitonas onde, apesar do raviolli ter passado o ponto al-dente (compreensível quando se tem de servir um grupo tão grande) o pesto e o ligeiro aroma trufado combinaram bem com este branco mineral, estruturado mas leve.

Cada vez me parece mais lógico não deixar o melhor para o fim em refeições com bastantes vinhos, ainda mais quando não se está a provar mas a saborear, o que implica beber. Assim, insisti com o Vasco para servirmos os Gouvyas Vinhas Velhas antes dos Gouvyas, tout court. Para os VV 2003 e 2004 o Vasco inventou um risotto de Radichio para acompanhar Bacalhau frito com crosta de Cogumelos. O risotto não foi consensual mas para mim funcionou às mil maravilhas com o verdor do radichio a ligar com estes vinhos de sol.

Para além do que disse em cima é fun provar os Gouvyas depois dos VV porque, normalmente, é fácil. Os Gouvyas não parecem uns vinhitos depois dos VV como tantas vezes acontece quando passamos de um vinho muito bom para outro menos interessante. Tenho me fartado de repetir, e por isso desculpem-me os que já conhecem esta marmelada de cor e salteado, que Gouvyas e Quanta Terra são das melhores relações preço/qualidade que é possível encontrar no Douro. Para acompanhar os Gouvyas 2003 e 2004 o Vasco serviu o Lombinho de Porco Preto gratinado com Chalota e Parmeggiano.

A refeição terminou com Figos com Sabayon de Canela e Coulis de Framboesa com o LBV 2000 25º Aniversário da Quinta do Infantado. Eu, adoro este vinho, pelo que está dentro da garrafa (um dos melhores LBVs do Infantado), pelo que está fora da garrafa (um rótulo soberbo do Arqº Álvaro Siza Vieira) e pelo que representa (25º aniversário do primeiro engarrafamento de Vinho do Porto por um lavrador no Douro, a Quinta do Infantado em 1979). Chamei-lhe um figo!

Enfim, 9 vinhos mais tarde a arte do Luís Soares Duarte não deixou dúvidas a ninguém. Do Montevalle 2005 branco ao Quinta do Infantado LBV 2000, uma enorme coerência onde equilíbrio e elegância e frescura são notas dominantes.

Seguiu-se um leilão a favor da Campo Aberto, onde o leiloeiro brilhou com graça e chalota :-).
O ambiente esteve excelente e contribuiu para que esta fosse uma excelente noite, daquelas para mais tarde recordar.
Termino agradecendo ao Vasco Mourão e toda a equipe do Cafeína, ao Fooding Club, ao Luís Cândido, à Manuela Leão Ramos, a todos os presentes e, porque não?, ao Porto onde nasci e cresci.

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Still alaive!



Still alaive! e Back to business
Já é outono, já passaram dois meses desde o último post. Sorry.

Estórias não faltam. Cafeína, France, n'Álijó com chef RUC, Homages, EVS, Tio Pepe, Degusto.
O filme segue dentro de momentos.

Camarada Vasco & Letra é uma homage to Vitor.
 
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