domingo, 28 de maio de 2006
A receita total foi de € 4330.00, logo € 2165.00 para cada organização.
Espero, sinceramente, que no próximo ano tenhamos uma participação no Leilão com um verdadeiro espírito humanitário, por forma a conseguir uma receita mais significativa.
De qualquer forma, aqui fica um agradecimento a todos os Produtores que ofereceram os vinhos e aos participantes que estiveram connosco na Sala Ogival.
quinta-feira, 25 de maio de 2006
Bebo aos jograis
Believe it or not, não é só rótulo.
Também tem uma garrafa.
Também tem cápsula.
y, até, vino rosso.
termino con una prosa y verso de
KarlOwn,
QueijoMao é Bom, a lactic creation
alimento os pardais e bebo aos jograis
com as pingas reais que sobraram.
O dificil porto da Revolta já marchou em vários cozinhados, morangos, tartes, pudins.
E, no escuro, garrafa sem nome
um pomadão pomadouro?
O oiro não me brilha.
KO
terça-feira, 23 de maio de 2006
Terroso de 2004 - nova imagem
Este é o novo rótulo do Terroso, o nosso (nosso, da Bago de Touriga) vinho mais descontraído, para ocasiões onde o vinho tem presença mais discreta.
Do anterior mantivemos o nome (claro) e a expressão Terroso de 2004, algo que eu e o Luís sempre gostamos.
O resto é tudo novo. E gostamos muito. Fizemos uma espécie de mini-micro teste de mercado em que pedimos aos inquiridos para escolher entre este e um rótulo mais modernaço e forte. As opiniões dividiram-se. No fim, eu e o Luís acabamos por nos decidir por este. Espero que gostem.
Acreditamos, talvez com um pouco de presunção, que cada ano fazemos melhores vinhos. Assim é com o Terroso de 2004. Em breve numa garrafeira ou restaurante perto de si.
O trabalho é de Miguel Felix, da companhia, design de comunicação.
Terroirs du Douro
Os terroirs do Vale do Douro (e, IMHO, um pouco por todo o país) ainda não são muito conhecidos. No caso específico do Douro penso que há várias razões que são importantes para este desconhecimento:
- até há poucos anos havia poucos vinhos de quinta (sobretudo em a) vinho Douro e b) vinho do Porto vintage). Ora, sendo vinhos feitos com uvas de várias origens não permitem (ou dificultam) a identificação de terroirs.
- o facto de não haver duas vinhas com a mesma percentagem de castas, em muitos casos nem sequer as mesmas castas, dificulta a identificação dos terroirs. Será mais importante o facto de eu ter Tinta Barroca e o meu vizinho ter Tinta Amarela ou o facto de estarmos no mesmo local? A idade das videiras é outro factor de diferenciação.
- sendo as encostas, na generalidade dos casos, com inclinações elevadas uma mesma vinha varia bastante em altitude, facilmente de 100 m a 400 m (ou mesmo mais). Mais um factor que introduz variabilidade.
- uma mesma parcela de vinha no Douro pode ter 3 exposições dominantes, o que, nalguns anos, é igual a 3 vinhos diferentes.
- restam o solo (bastante uniforme) e os métodos de vinificação (mais em Porto do que em Douro) como elementos mais pró-terroir :-)
Enfim, dito isto, penso que resulta claro que é necessário um trabalho sério de investigação que só será conseguido se houver colaboração entre os produtores do Douro, sobretudo entre os que estão mais avançados.
Para o mercado actual um vinho ser do Douro é (ou parece ser) suficiente. Todos conhecemos pessoas que "Só gosto de vinhos do Douro", ou "Não gosto de vinhos do Dão" ou outras generalizações igualmente balofas. Ok, há quem prefira "Os meus vinhos são os do Douro Superior".
Para quem é um pouco mais sério na apreciação do vinho, parece-me que estamos a chegar à fase em que é interessante começar a provar e discutir áreas mais pequenas, diferenças mais subtis.
A foto no cimo destas linhas mostra o que acredito ser um terroirs interessantes: o vale do rio Torto.
Belle de jour
segunda-feira, 22 de maio de 2006
Em 1944 era assim...
A fiscalização do IVP (ainda não era IVDP) era muito mais activa. Tinham contrato com o Gulliver que nem aos pobres dos carregadores dava descanso, não fora algum deles beber uma gota ou pinga de tratado sem o devido selo de garantia.
A Niepoort já dizia que quem sabe, sabe, e a Niepoort sabe.
O telefone era o 28!
sexta-feira, 19 de maio de 2006
3º Dão e Douro, em Lisboa
Terminou no passado domingo, 14 de Maio, o 3º Dão e Douro, em Lisboa, uma organização conjunta da Bago de Touriga e Wine Solutions.
Um agradecimento a todos os Produtores, Parceiros (garrafeiras, lojas gourmet e restaurantes), Patrocinadores (CVR Dão e IVDP) e Apoiantes (destacando Força Motriz e Alug'Aqui).
E, claro, à razão de ser de todos os eventos, a todos quanto participaram nas provas, jantares, leilão e prova final.
Deixo aqui a nossa última press-release.
Já passava das 21 horas quando Ana Paula Lopes, escanção do restaurante Valle-Flôr, pôde começar a arrumar a Sala Belém do Pestana Palace Hotel. Embora previsto acabar às 20h só alguns minutos antes os últimos convidados tinham saído, e ainda com mais vontade de ficar do que partir!, da sala onde se realizou o último evento do 3º Dão e Douro, em Lisboa: a Prova de Excelência que reuniu os 40 produtores participantes para dar a conhecer a Lisboa os vinhos da última vindima (2005) e mais uma centena e meia de novidades. Azeites, Queijos, Compotas e Enchidos de Porco Bísaro completaram a paleta de aromas e sabores.
Chegava ao fim a edição de 2006 desta iniciativa, que começa a tornar-se um clássico, das duas mais prestigiadas regiões vinícolas de Portugal.
O desafio foi lançado com a pergunta: Conhece o Dão e o Douro?
Sob o lema Provar Bons Vinhos, Saborear a Boa Mesa os produtores do Dão e do Douro procuraram, ao longo de 11 dias, ajudar os Lisboetas a encontrar respostas.
Ao trabalho apaixonado, e tantas vezes cruel dada a importância na qualidade final dos incontroláveis desígnios de S. Pedro que em algumas colheitas arrasam meses de labor em poucas horas ou dias, dos artistas do vinho juntaram-se os seus parceiros de eleição: as garrafeiras e lojas gourmet e a restauração. Todos unidos numa missão comum, mostrar como os Bons Vinhos e a Boa Mesa têm que andar de mão dada, seja nos restaurantes seja na casa de cada um.
Nas garrafeiras e lojas gourmet foi possível provar, esclarecer dúvidas com os produtores e enólogos, e adquirir vinhos do Dão e do Douro a preços especiais. Uma excelente oportunidade para comprar com mais segurança e imaginando, desde logo, as combinações com aquele prato favorito ou o que servir no próximo almoço em família. As 12 lojas que aceitaram o convite são um sinónimo de profissionalismo, de atenção ao Cliente, de saber que fazem a diferença para a cada vez mais hegemónica distribuição moderna. O canal do comércio tradicional precisa de ser acarinhado, respeitado e promovido pois é uma parte importante da vida das cidades, um travão à deshumanização do nosso dia-a-dia.
Se é hoje consensual, quase já um lugar comum, dizer que nos últimos 10-15 anos a qualidade dos vinhos portugueses no geral, e os do Dão e do Douro em particular, aumentou de forma exponencial, reconhece-se também o grande esforço feito pela restauração para atingir um nível elevado. Os 13 restaurantes aderentes ao 3º Dão e Douro, em Lisboa, são disso um exemplo claro. Na gastronomia, no serviço, na procura de harmonias entre vinhos e comidas. Cabe realçar os 6 restaurantes que realizaram jantares de degustação, onde cada Chef e cada Escanção procuram as melhores maridagens entre o vinho e a comida, onde todas as equipes deram o seu melhor para proporcionar momentos especiais e únicos aos comensais participantes.
O primeiro jantar foi no Eleven, onde Joachim Koerper e Jorge Bita enfrentaram Status 2005 branco, Montevalle Reserva 2002 tinto, Quinta da Revolta Tinta Roriz 2003 tinto, Quinta da Falorca Touriga Nacional 2003 tinto, Kolheita 2003 tinto, Quinta da Pellada Touriga Nacional 2004 tinto, Dado 2003 tinto e Quinta do Infantado Porto Vintage 2000. Quem lá esteve não esquecerá o Robalo braseado com tomate confitado e chouriço nem o ambiente magnífico que percorreu todo o jantar.
Seguiu-se o Tavares, templo da gastronomia lisboeta fundado em 1784. Philippe Peudenier e Arlindo Madeira trataram com carinho e arte o Gouvyas Reserva 2003 branco, Casa de Santar Reserva 2003 tinto, Quinta de Cabriz Four C 2003 tinto, Calheiros Cruz Grande Escolha 2000 tinto, Viseu de Carvalho Grande Escolha 2003 tinto, Esmero 2003 tinto, Gloria Reserva 2003 tinto e Casa de Santa Eufemia Porto Branco Velho. Excelente gastronomia onde temos de destacar a ousadia de servir um bife com batatas fritas (assim apresentou José Pereira dos Santos, o nome por trás da renovação do Tavares, a Fatia de lombo grossa, lacada com um pouco de molho de soja, Bock choy e batatas americanas).
A primeira semana terminou com um jantar em Cascais no 100 Maneiras. Ljubomir Stanisic, Manuel Moreira, competentemente secundados por Cristiana na sala, brilharam a grande altura nas composições escolhidas para Quinta dos Roques Encruzado 2004 branco, Três Bagos Grande Escolha 2003 tinto, Cerro das Mouras Grande Escolha 2003 tinto, Quinta do Além Tanha Vinhas Velhas 2003 tinto, Quinta da Pacheca Reserva 2004 tinto, Quinta da Vegia 2004 e Quinta da Pacheca Porto LBV 2002. Uma refeição onde o equilíbrio e harmonia entre o que se comeu e bebeu esteve inexcedível.
O primeiro jantar da segunda semana acabou por ter de ser desdobrado em dois tal a procura para refeiçoar n’A Galeria Gemelli. Augusto Gemelli e sua esposa Andreia na cozinha, José Mesquita e Rui Rodrigues (considerado o escanção do ano e recentemente transferido para a Rua de S. Bento) na sala formam um equipe vencedora. Os seus desafiantes foram Vinha de Goje 2005 branco, Terras de Tavares Reserva 2003 tinto, Aneto 2003 tinto, L'Escale D'Oro Reserva 2003 tinto, Poeira 2004 tinto, Quinta de La Rosa Reserva 2004 tinto e Quinta de La Rosa Porto Vintage 2003. Tal como em 2005 Augusto Gemelli fez um menu cujo principal objectivo era, nas suas palavras, “deixar brilhar os vinhos”. Uma noite memorável onde bases culinárias italianas encontraram aromas e sabores dos quatro cantos do mundo.
Mais uma corrida, mais uma viagem, restaurante Valle-Flôr no Pestana Palace Hotel. Aimé Barroyer merece, quando for criado, o Oscar para investigação e re-invenção dos produtos gastronómicos portugueses, pelo seu trabalho de pesquisa exaustiva neste campo. A ele se deve a recriação de sabores que para as nossas avós (ou mesmo bisavós) eram habituais mas que se perderam nos últimos 50 anos de estandardização e massificação. Aimé, a sua equipa de cozinha e Ana Paula Lopes tiveram pela frente Lagar de Darei 2003 branco, Vértice 2004 branco, Quinta de Vale da Raposa Touriga Nacional 2003 tinto, Borges Dão Reserva 2003 tinto, Borges Douro Reserva 2003 tinto, Quanta Terra 2003 tinto, Quinta das Tecedeiras Touriga Nacional 2003 tinto, Vértice 2003 tinto e Taylor's Quinta de Vargellas Porto Vintage 1995. Um jantar de enciclopédia onde é quase injusto destacar o “Do regresso de uma levada inspirado... Espada no forno com pinhões e azeitonas, banana maçã, espuma de queijo da Serra DOP e toucinho de fumo”.
Coube a Vitor Sobral, por coincidência o único Chef português dos jantares de 2006, a sua equipe de cozinha, o chefe de sala José Domingos e o escanção Nuno Jorge, encerrar os jantares de degustação do 3º Dão e Douro, em Lisboa, no Terreiro do Paço. Um menu de degustação de alto nível harmonizado com Casa de Mouraz 2004 branco, Castello d'Alba Reserva 2005 branco, Batuta 2003 tinto, Quinta do Infantado Reserva 2003 tinto, Quinta do Perdigão Reserva 2004 tinto, Quinta do Cachão Grande Escolha 2004 tinto, Quinta do Monte Travesso 2004 tinto, Niepoort Porto Colheita 1994 e Niepoort Porto Party Tawny. Vitor Sobral a mostrar-se em grande forma e a surpreender os mais desatentos. Um jantar final num ambiente verdadeiramente festivo e que pode servir como resumo da ideia base: Provar Bons Vinhos e Saborear a Boa Mesa.
Antes deste último jantar, mesmo ali ao lado na Sala Ogival da ViniPortugal, realizou-se o Leilão Humanitário a favor da Associação Sol e da Biocoop. Embora não sendo o sucesso, sobretudo monetário, que ambas as organizações mereceriam, acabou por ser bastante positivo, tendo em conta que é o primeiro leilão de vinhos com este carácter de solidariedade que se realiza em Portugal.
Os produtores do Dão e do Douro doaram garrafas raras com a particularidade de todas estarem autografadas, o que tornou cada lote do leilão uma peça verdadeiramente única. A receita aproximou-se dos €4’500, o lote mais caro, arrematado por €200, foi um conjunto de duas Magnum oferecidas pela Niepoort: Redoma Reserva branco 2004 e Porto Vintage 2003. Luísa Castel-Branco foi a bem disposta Leiloeira de serviço.
Plagiando o inspector da Balada da Praia dos Cães, “Recapitulemos ...”
40 produtores do Dão e do Douro promoveram, ao longo de 11 dias em Lisboa, provas em 12 garrafeiras e lojas gourmet, 6 jantares de degustação, promoção de vinhos a copo em 13 restaurantes, um leilão humanitário, uma prova final com a primeira visão da vindima de 2005 e mais de 150 novidades, editaram um livro, ainda em banca, “Provar Bons Vinhos e Saborear a Boa Mesa” (distribuído com jornal Público) e um Caderno de Provas, lançaram um site, www.daoedouro.com com toda a informação sobre os vários eventos e fizeram um pequeno filme que passou nos paineis outdoor Canal Lisboa. É obra!
Para 2007, porque esta organização gosta de inovar, outras novidades estão previstas, para já ainda fermentam e estagiam, serão desarolhadas mais tarde.Por agora, fica o agradecimento do Dão e do Douro a Lisboa. Bem hajam.
Podem ver comentários em:
Um ano e meio depois ...
acho que influenciado por tantos outros bloggistas com quem convivi nos últimos dias.
também por pensar que vou conseguir levar isto mais ou menos a sério.
enfin, a ver vamos.
até já,
joão