Confesso a minha ignorância dos vinhos galegos, tirantes algunos de Rías Baixas, y pouquíssimos das 4 outras DOs, Monterei, O Ribeiro, Ribeira Sacra e Valdeorras.
Ignorância tanto mais grave quanto gosto do que conheço e está aqui ao lado, fácil acesso e (relativamente) em conta.
Em boa hora (no, eso no es enhorabuena :) a distribuidora María Fechoría | Bos viños (mariafechoria.com) resolveu dar uma ajuda a tipos como eu com o Galicia On The Road. A descoberta dessas 5 DOs ao longo de outros tantos fins-de-semana.
Em Maio foi a vez de O Ribeiro, tive a sorte de poder participar em parte do programa.
"A historia do viño neste pais, descoñecida para a maioría, situaba ao viño de Ribadavia coma o máis caro de toda Europa, era un auténtico sino de poder e de riqueza, o que convertía a Galicia nunha potencia económica. Esto era tan evidente, a súa calidade e a riqueza que proporcionaba, que o concello de Ribadavia viuse na obriga de elaborar o Foro de Ribadaviaen 1579, unha especie de código regulador que ven sendo o antecedente máis antigo das actuais denominacións de orixe, para evitar prácticas que reduciran a súa calidade e preservar desta maneira a súa identidade fronte aos imitadores. Daquela so no Ribeiro había máis de vintecinco adegas, poucos séculos máis adiante xa estariamos falando de noventa e de cento cinco lagares, ademais en Gomariz conservase unha adega de hai novecentos anos, seguramente a máis antiga da península."
António Portela, el 7 de maio del 2011 en viticulturista.blogaliza.org.
(mostly data do consejo regulador)
A DO tem cerca de 3'000 ha, 6'000 viticultores, 80 viticultores-engarrafadores e 30 adegas, o vinho produzido daria para 1 milhão de caixas de branco e 150 mil de tinto.
Cultivam-se muitas castas autóctonas, e parece não haver grande interesse nas foráneas (pelo menos assim pensam as pessoas que conheci).
Brancas: Treixadura (a variedade branca raíña do viñedo do Ribeiro), Torrontés, Lado, Godello, Loureira, Albariño e Palomino (originária de Jerez, foi introduzida nos anos início do séc XX, depois da filoxera, numa época em que os vinhos d'O Ribeiro estavam em decadência, atualmente em regressão).
Tintas: Sousón (unha das variedades tintas autóctonas en auxe n'O Ribeiro), Brancellao, Caiño longo, Ferrón (ou Ferrol), Mencía e Alicante Bouschet (conhecida na região como Garnacha tintorera, introdução n'O Ribeiro como Palomino, pouco compatible co clima, actualmente está en proceso de eliminación).
Visitamos Coto de Gomariz (viñedos e adega) com el enólogo Xose Lois Sebio, con unhos viñedos impressionantes, viticultura sustentável a tender (sempre que posible) para biodinâmica, adega moderna e grande.
Provamos Coto de Gomariz Colheita Seleccionada '10 (de vellas viñas) e vários tintos, todo em barrica.
O Xose Lois hace sus proprios viños, ainda não estão no mercado, o tinto con uvas de Coto de Gomariz (provado, bueno) e o blanco en parcería con Bernardo Estévez (es el mismo viño que o Issué).
Vinhos equilibrados (um pouco de madeira a mais, de momento), com frescura.
Como referência, não visitei Luis Anxo Rodríguez (Viña de Martín e A Torna dos Pasás) nem Manuel Formigo (FincaTeira, TeiraX e Tostado de Teira), nem os viñedos de Casal de Arnán (solo los al redor de la bodega y turismo rural).
Do Coto de Gomariz nos fomos a Casal de Arnán, la unica adega d'O Ribeiro que tamén tiene restaurante e turismo rural, de la familia González Vázquez. Aqui catamos diversos viños, ceamos e pernoitamos.
Los vinhos catados foram de Casal de Arnán (barrica '10, barrica con refresco '10, Albariño [de Banga] '10, blanco sobre lias '08, barrica '08, tinto '10, muestra feito com Touriga Nacional, Carabuñeira, Sousón, Brancellao e Ferrol), Manuel Formigo (TeiraX blanco '06 e Tostado de Teira), Terra do Castelo (Godello '10), Herdeiros de Jesús Freijido (Agás do Tempo '10, feito pelo Felicisimo Pereira que é tamén o enólogo de Casal de Arnán e Ramón Losada, este na Ribeira Sacra), Bernardo Estévez (issué '09 e '10, Bernardo Estévez viticultor, Xose Lois enólogo).
Um pouco como no Coto de Gomariz, vinhos equilibrados e com frescura, alguma madeira a mais nos que fermentaram ou estiveram ou estão em barricas. Gostei particularmente do issué 2009.
Boa comida tradicional, donde o produto es lo mas importante (quizá devia ter comido os pollos "criados pola miña mãe" disse-me o Xosé González). Falta-me una foto del buffet de postres que acompanhó el Tostado de Teira.
Habitaciones confortáveis, para una belle dormita :D
El domingo fomos a visitar dos bodegas. Y havía una comida donde no fomos.
El Lagar de Merens, de José Meréns, em A Arnoia, bodega de colleiteiro con producción propia de 3.5 ha de viñedo. Los suelos son de base granítica con textura francoarenosa y profundidad media de 70 - 100 cm. Localizados en laderas de cierta pendiente salvada por socalcos, las variedades utilizadas son las autóctonas del Ribeiro. Blancas: Treixadura, Godello, Torrontés, Loureira y Lado. Tintas: Caiño Longo, Caiño Redondo, Souson, Brancellao y Ferrón.
Faz 3 viños: Lagar do Merens, fermentado em cuba, alguns meses sobre as lias finas; Lagar do Merens barrica, que começa a fermentar em cuba e termina em barrica, com battonage até ao engarrafamento; 30 Copelos, fermentado e malo em barrica + borras finas até ser engarrafado.
Provamos o Lagar de Merens barrica '09, bem (sempre 1 toquezinho de madera), Lagar de Meners '10 prejudicado pelo sulfuroso, mineral, fresco; 30 Copelos '09 boa fruta, fresco, bom final;
Uma pequena nota sobre Cavadura (400 m2) o que um homem cava num dia, Copelo (21 m2) nadie me soube explicar a orixe. Humm, adiante, no caso do 30 Copelos os 630 m2 correspondem à parcela que consideram mais importante para o vinho.
Eloi Lorenzo, médico rural que "dedicó el máximo esfuerzo en llevar la medicina a quien la pudiera necesitar, así como ayuda y consejo a la numerosa población que habitaba en las cientos de aldeas de la zona, que recorría con su caballo a través de los montes Galegos." Fue el bisavô de Javier Monsalve que es el colleteiro da adega que leva su nombre, com viñedos e adega em A Ponte, Arnoia. Um jovem a dar os primeiros passos com boa vontade em preservar e aprimorar um património antigo. N'A Ponte é impressionante o número de casas abandonadas.
Provamos o Eloi Lorenzo '08, bem e o '09 que teve refermentação na garrafa e está desinteressante.
Os viñedos são mais precisamente no vale de S. Vicente, onde é vizinho do Bernardo Estévez.
E assim foi. Em menos de 24 horas, cual Easy Rider de la poda :D, se aprendió algo d'O Ribeiro.
Deixo aqui o programa para as próximas visitas programadas por María Fechoría | Bos viños:
1) O Ribeiro --------- 21 y 22 mayo (yep, esta ya fue :)
2) Ribeira Sacra -- 25 y 26 junio
3) Valdeorras ------ 16 y 17 julio
4) Rías Baixas ----- 20 y 21 agosto
5) Monterrei -------- 17 y 18 septiembre
y ya me voy con unas linhas de António Portela:
...
viviu o ciclo dos bagos vellos,
esquecidos nalgunha ladeira perdida
coidados por mans que vivian os ritmos da natureza…
gracias a todos y especialmente a Jorge Vila de María Fechoría | Bos viños
Jorge Vila de María Fechoría | Bos viños