segunda-feira, 20 de dezembro de 2004

O Património da Vitivinicultura, O Ministro e o José Barroso

Toda esta história da venda, posterior lease-back, posterior talvez-não, anterior vendemos-aos-bancos-e-sem-discutir-preço-pois-o-negócio-tem-que-estar-fechado-antes-de-24-de-dezembro-p'ra-podermos-consoar-com-défice-controlado roça o surreal. Roça, mas não é, é afinal muito real.
Sexta-feira 17, diziam os jornais que em função do calendário (talvez não falte muito para os políticos se porem a aprovar [specially quando tiverem maiorias absolutas] alterações aos dias do calendário, ora puxando 31 de Dezembro mais p'rá frente ou p'ra trás conforme o ciclo eleitoral), o PR tem muito pouco tempo para dizer sim ou não (enviando para o TC o que terá de fazer até depois de amanhã, 22). Isto porque a dizer sim só fará sentido (upsss estamos em Portugal, porquê fazer sentido?!) que seja em tempo útil, permitindo ao Gov fechar os contratos até 31 do 12.
A reacção da fileira vinho foi rápida, lançando uma campanha fax+e-mail para Gov e PR contra a venda das sedes do IVV eIVDP, embora se estranhe que ninguém soubesse de nada antes de sair na imprensa. Sim, que por cá estamos habituados a receber em primeira-mão a fuga de informação,que ninguém explica, e assim, quando for caso disso, apanhar o primeiro avião para o Brasil, não vá o diabo tecê-las.
Segunda-feira 20, para complicar ainda mais, parece tratar-se de yet another tiro no pé do Gov do Pedrito.
Isto porque, segundo o Público, "O departamento de estatística da Comissão Europeia, o Eurostat, chumbou a cedência temporária de edifícios públicos a privados, numa operação aprovada em Conselho de Ministros e designada por "lease-back", com o objectivo de contribuir para a redução do défice público este ano."
Ora, sendo esta uma das possibilidades já adiantadas pelos peritos do assunto teria sido prudente, aaaaahhhhhh, verificar a opinião de Bruxelles antes de avançar. Não seria em situações destas que o facto de José Barroso ser português nos poderia ser favorável? Não se trata uma cunha no Eurostat mas apenas de rapidamente poder informar o Gov da opinião dos grandes mestres da UE. Bolas, nem com o Zé a presidente da junta nos safamos!
Cenas dos próximos capítulos? Um lease-forward dos novos chaimites da Bombardier? Por no prego algum túnel da Capital? Aproveitar a operação Natal 2004 da GNR-BT para cobrar bastantes multas?
O mais certo é cair algo sobre o povo em geral e/ou alguns sectores em particular.
Um lease-(algo-ainda-por-inventar) que permite contabilizar este ano as receitas do próximo que vão aumentar por via do novo imposto sobre o défice.
 
eXTReMe Tracker